quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

CURSO SUPERIOR PIONEIRO E COM PERSONALIDADE?

Por Adriana Leocádio
www.portalsaude.org

Quer maior personalidade do que ser graduada em maquiagem profissional e perfumes e fragrâncias?
O mercado está mudando de forma rápida trazendo e agregando alternativas jamais sonhadas por grande parte da população paulista.

Essa semana fui informada que a Universidade Anhembi Morumbi numa atitude de primeiro mundo está disponibilizando com vestibular imediato, vagas para os cursos de maquiagem que englobarão facetas como: maquiagem artística, maquiagem para cinema, televisão e teatro, maquiagem para moda, fotografia e passarela, maquiagem sofisticada, bodypainting, embelezamento do olhar, consultoria de automaquiagem e Airbrush. Além disso, também coloca a disposição o curso de perfumaria e fragrância com o CRQ. Pois é! O mundo em evolução , certo?

Com esses cursos, estamos elevando o mercado de beleza e auto-estima à potencia máxima, abrindo portas para profissões antigas, com uma roupagem moderna, e o melhor, com o famoso "canudo". Nada melhor do que ter uma profissão reconhecida pelo MEC.

O Portal Saúde , o qual gerencio, defende a beleza como sinônimo de saúde e não poderíamos deixar de relatar esta oportunidade de mercado para os nossos leitores e colaboradores.

O que me chama atenção é o que está por trás intrinsecamente desses cursos de graduação superior. Temos o lado racional que já relatei acima, contudo o que mais me fascina é o lado emocional, pois lá no fundo, todos nós queremos nos apresentar de forma ímpar na sociedade e sermos aceitos pela tribo que escolhemos fazer parte.

Profissionais dessa área terão habilidade de proporcionar pessoas portadoras de vitiligo, psoríase e demais problemas de pele a terem uma inserção no mercado perfeita, isso é o que chamo de inclusão social.

Segundo o especialista Max Gehringer nossa apresentação traduz nossa personalidade e diz que estamos dispostos a oferecer quando procuramos um emprego.

Quando o mercado nos disponibiliza cursos como estes, confesso que leio como um convite subliminar a me conhecer melhor. Saber ressaltar o que há de mais bonito e tentar esconder o que há de feio em mim. Da mesma maneira que fazem os artistas nos cinemas, TVs, propagandas.
"Quase sempre nossa aparência física representa nosso interior e se não aceitamos o que vemos, provavelmente também não aceitamos o que sentimos"
Comparar-se aos outros e na maior parte das vezes, se sentir menor, inferior, não o fará melhor que ninguém. Enquanto não perceber suas qualidades estará constantemente numa luta consigo mesmo. Pare com isso. Olhe para dentro de si, reveja quanta coisa boa carrega aí dentro, valorize tudo que sente, a pessoa que você é, os obstáculos que já enfrentou e dê muito mais valor a cada uma de suas conquistas, independente das outras pessoas. Pare de se comparar, se sentir inferior, de lutar consigo mesmo. E conscientize-se que é único, especial, mas somente com muita persistência irá conseguir romper o padrão de estar sempre se desvalorizando, sentindo-se inferior aos demais. Cada um carrega em si o dom de ser capaz e ser feliz, diz a canção Tocando em frente de Almir Sater e Reanato Teixeira. Pense nisso!
Como especialista em comportamento, confesso que já vi um pouco de tudo nessa área e até conversei com alguns especialistas nesse segmento para compreender melhor a ótica desses profissionais.

Até hoje o único recurso um pouco mais qualificador era encontrado nas feiras de Cosmética com apelo de venda ou para as empresas mais abastardas e profissionais em cursos na Europa, cabendo evidenciar que nenhum deles possui valor e titularidade superior. Estou falando de marcas como: Mac, Roche, Lancome, Payot entre outras.

No que tange a mudança de comportamento do consumidor, acho que a Indústria (em especial as nacionais) devem correr para traçar uma parceria com esta Universidade, pois, com a mais absoluta certeza, em menos de 2 anos no mercado será composto por pessoas determinadas e aptas para o novo e garanto que os produtos que farão a composição do seu estojo sejam para uso pessoal ou para trabalho serão recheados de marcas que precisarão convencer muito.

Já com o mercado de salões de beleza vejo que a mudança só trará oportunidades inovadoras e um posicionamento de primeiro mundo onde os estabelecimentos disponibilizam profissionais diplomados.

Em suma, o que posso concluir é que estamos cada vez mais próximos do primeiro mundo em todos os âmbitos e para você que está lendo esse artigo e busca uma profissão moderna e pioneira no Brasil, procure rapidamente a ingressar numa oportunidade de vanguarda.

Para falar direto com a Universidade: estetica@anhembi.br

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

PSICOPATAS: ELES ESTÃO ENTRE NÓS

TRAGÉDIA:
Lindemberg, com Eloá, e preso, num vídeo de uma rede de tevê, em que aparece com o rosto bastante machucado
O País assistiu chocado à história de jovens ex-namorados que acabou em tragédia. Lindemberg Fernandes Alves, 22 anos, atirou contra a ex-namorada Eloá Pimentel e a amiga dela Nayara Rodrigues, ambas de 15 anos, após um seqüestro que durou 100 horas em Santo André, cidade do ABC paulista.
Eloá morreu. Nayara, atingida no rosto, recebeu alta do hospital na quarta-feira 22. Lindemberg está preso. O caso traz à tona incômodos questionamentos que a humanidade se faz sempre que está diante de situações como essa: como uma pessoa, até então insuspeita, é capaz de cometer um crime tão bárbaro? Personalidades que podem, eventualmente, levar a gestos extremos como o de Lindemberg são mais comuns do que se imagina.e o País assistiu chocado à história de jovens exnamorados que acabou em tragédia.
A psicopatia, termo popular para transtorno de personalidade antissocial, atinge cerca de 4% da população (3% de homens e 1% de mulheres), segundo a classificação americana de transtornos mentais - sendo assim, um em cada 25 brasileiros enquadra-se nesse perfil. Isso não significa, é claro, que todos são assassinos em potencial. Mas, para a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, Lindemberg apresenta todas as características de psicopata. "Já está na hora de a sociedade aceitar que há indivíduos que nascem com má índole", afirma a psiquiatra, que lança na segunda-feira 27 o livro Mentes perigosas - o psicopata mora ao lado.
Os graus de psicopatia variam do mais leve, como pequenos delitos e mentiras recorrentes, ao mais grave, que seriam os assassinatos e grandes golpes financeiros. As pessoas com perfil psicopático estão espalhadas em diferentes esferas do cotidiano, no trabalho, nas relações sociais, na família, agindo com excesso de razão e escassez de sentimentos. O desafio é identificá-los e saber lidar com eles.

Os psicopatas não se importam de passar por cima de tudo e de todos para alcançar seus objetivos. Mentem, manipulam e não sentem remorso, muito menos culpa. Ao mesmo tempo, são charmosos e simpáticos. Se algo ou alguém ameaça seus planos, tornam-se agressivos. São mestres em inverter o jogo, colocando-se no papel de vítimas. E estão conscientes de todos os seus atos (não entram em delírio, como em outras doenças mentais). "A maioria não mata. Mas é capaz, porém, de sugar emocional e até financeiramente quem cai na conversa deles", diz Ana Beatriz.É a pessoa perfeita, que se mostra encantadora, boa de papo, rapidamente apaixonada - e nunca tem dinheiro para nada ou começa a se mostrar possessiva. Dá desculpas como "sou ciumento porque meu pai batia na minha mãe" ou pede empréstimos ao parceiro para fazer um novo investimento (e sumir com o dinheiro). É o amigo que diz nunca conseguir emprego, que a família não o compreende e que o chefe o persegue. Por isso, depende de conhecidos para ter onde viver - e passar o dia sem fazer nada útil, usufruindo o conforto que os outros possam lhe proporcionar. É o familiar que humilha, agride física e/ ou verbalmente. Diz ser pavio-curto, mas afirma que isso só acontece porque outro o provocou. Nunca admite um erro e faz as pessoas parecerem culpadas e irresponsáveis. É o profissional simpático e amigo de todos - que logo diz que precisa alertar um colega sobre quanto um terceiro funcionário é falso. Faz intrigas e usa informações íntimas que as pessoas lhes confidenciam para manipulá-las. Nesses exemplos, não há derramamento de sangue, mas prejuízos, financeiros e emocionais, que podem se arrastar por toda a vida de quem cai na teia de um psicopata.Os casos que despertam a atenção costumam ser os hediondos, que provam o grau de frieza a que chega um psicopata. No Brasil, há uma série de casos chocantes, como os que ilustram esta reportagem. No mundo, uma das histórias que mais horrorizaram, recentemente, foi protagonizada pelo austríaco Josef Fritzl, acusado de manter a própria filha presa no porão de casa durante 24 anos e de ter sete filhos com ela. Na última semana, dois jornais da Áustria revelaram parte do conteúdo do relatório da avaliação psicológica pela qual Fritzl passou. "Percebi que tinha uma veia para a maldade. Para alguém nascido para ser estuprador, até que agüentei por muito tempo", diz, em um trecho do relatório. Mas a maioria dos psicopatas não comete crimes. Prestar atenção no comportamento de algumas pessoas quando notar informações incoerentes ou superficiais é uma forma de se preservar. Desconfiar daqueles que são interessantes e parecem ter uma vida ou currículo fantásticos também. "Eles buscam a vulnerabilidade das vítimas. Cheque a história de vida de indivíduos sedutores", diz a psiquiatra Hilda Morano, coordenadora do Departamento de Ética e Psiquiatria Legal da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Entre os indícios que levam a psiquiatra Ana Beatriz a apontar Lindemberg como um psicopata está a premeditação do crime. "Ele falou para os amigos 'vocês vão ouvir falar de mim esta semana'", lembra Ana Beatriz. Ela vê também traços de egocentrismo no rapaz quando ele repetia no cativeiro ser o "príncipe do gueto". Namorar uma menina tão jovem (quando começaram o relacionamento, Eloá tinha 12 anos e ele 19) demonstraria a necessidade de manipulação.
Há quem arrisque dizer que Lindemberg é dono de um comportamento infantilóide. Até por isso, ele namorava uma menina mais nova. Eloá fazia parte do sonho adolescente de realização - era a namorada bonita que lhe pertencia, assim como a moto. "Ele teve uma crise de auto-afirmação diante da moça. Até então, se considerava o bom", afirma o psiquiatra forense Guido Palomba, presidente da Academia de Medicina de São Paulo. Palomba diz que para provar a Eloá que continuava sendo o bom - e assim reconquistá-la - o jovem aproveitou a situação para se exibir, conversar com a polícia, estender na janela a camisa do time, dar entrevistas à tevê. "Ele não sairia de lá de cabeça baixa, como um fracassado na frente dela", questiona o psiquiatra.
Está comprovado que o distúrbio na mente dos psicopatas acontece no sistema límbico, parte do cérebro responsável pelas emoções. Nessas pessoas, a atividade cerebral na região funciona menos do que deveria e, por isso, as emoções não afloram. Para elas, não há diferença entre uma cena de um estupro ou de um pôr-do-sol, por exemplo, como comprovou um estudo de dois neurologistas brasileiros, Jorge Moll e Ricardo Oliveira. Voluntários foram submetidos a uma seqüência de cenas, que mesclavam guerras e crianças brincando, entre outras situações.
A racionalidade deles é tamanha que não são pegos em detectores de mentira. Sabem exatamente o que estão fazendo e mentem com naturalidade.Não há tratamento para esses casos. Psicoterapia e psicanálise podem até ensiná-los a manipular com ainda mais maestria, uma vez que aprendem detalhes sobre o comportamento humano. Por outro lado, psicopatas são satisfeitos consigo mesmos por não apresentarem constrangimentos morais ou sofrimentos emocionais. Descobrir o que ocorre no cérebro deles, além do que já é sabido sobre o sistema límbico, é um passo considerável para abrir frentes de pesquisa que busquem tratamentos.
Psicopatas nascem psicopatas. É importante registrar, porém, que o mundo contemporâneo está repleto de gatilhos para a psicopatia entrar em ação, como a impunidade. "Quando eles sabem que as leis não funcionam, se sentem à vontade para agir como bem entendem", diz Hilda Morano. A internet também se tornou uma porta de acesso fácil e rápida para manipuladores conseguirem seus objetivos e sedutores conquistarem pessoas indefesas. "Para pedófilos, por exemplo, é um trunfo. Eles não precisam se expor se aproximando de uma criança na rua", diz a psiquiatra Ana Beatriz. A atual cultura do "ter" também contribui. "Ela é um estímulo para conseguir um objeto de desejo a qualquer preço", afirma o médico Vladimir Bernik, coordenador da equipe de psiquiatria do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Quando a convivência com um deles for inevitável - como no trabalho, por exemplo -, a solução é se preservar, sem dar detalhes pessoais. Pode parecer exagero. Em muitos casos, até é. Mas, como diz a psiquiatra Ana Beatriz, só assim menos vidas serão dilaceradas.
DIFERENTES PERFIS:
EGOCENTRISMO A pessoa com perfil psicopático passa por cima de tudo - e de qualquer um - para alcançar seus objetivos. É capaz, inclusive, de arquitetar a morte de seus próprios pais e não sentir remorso depois do fato consumado, como fez a jovem e rica Suzane von Richthofen. Em novembro de 2002, ela abriu a porta de sua casa para que o namorado, Daniel, e o irmão dele, Cristian, matassem seus pais, Marísia e Albert, com pancadas de barras de ferro. Depois, foi para um motel. Após o enterro, fez uma reunião com amigos na piscina de casa.
AUSÊNCIA DE CULPA O traço de personalidade que melhor define um psicopata é a ausência de culpa. Exatamente o que demonstrou a empresária Sílvia Calabrese, presa em março, em Goiânia, por maltratar e torturar uma menina de 12 anos que morava com ela. A garota foi encontrada em seu apartamento com os braços acorrentados em uma escada, uma mordaça embebida em pimenta, dedos e dentes quebrados, unhas arrancadas, marcas de ferro quente pelo corpo. Questionada, Sílvia alegou que estava educando a criança e não mostrou nenhum arrependimento.
FRIEZAO psicopata é frio, não sente emoção, é racional ao extremo. Como o ator Guilherme de Pádua, que, após matar a atriz Daniella Perez com golpes de punhal, em dezembro de 1992, foi ao velório prestar solidariedade à mãe, Gloria Perez, e ao marido da vítima, o ator Raul Gazolla. Durante o interrogatório, depois de se entregar, estava calmo e relatou o assassinato sem esboçar reação alguma.
CHARME E SIMPATIA Os psicopatas são sedutores. Adulam e agradam à "vítima", mas mudam radicalmente de comportamento se contrariados. Como a jovem Kelly dos Santos, 19 anos, presa em agosto de 2007, em São Paulo, acusada de estelionato, furto e falsidade ideológica. Kelly se passava por rica e cativava com sua simpatia e desenvoltura para depois furtar jóias, dinheiro, cartões de crédito e talões de cheque. Quando não convencia, era arrogante, fazia escândalo e destratava as pessoas.

Critérios Diagnósticos para Transtorno da Personalidade Anti-Social A. Um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios: (1) fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção(2) propensão para enganar, indicada por mentir repetidamente, usar nomes falsos ou ludibriar os outros para obter vantagens pessoais ou prazer.(3) impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro(4) irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas(5) desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia(6) irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras e dificuldades em manter relacionamentos intimos, apesar da grande facilidade em inicia-los.(7) ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. C. Existem evidências de Transtorno da Conduta com início antes dos 15 anos de idade. D. A ocorrência do comportamento anti-social não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.

domingo, 9 de novembro de 2008

A Psicologia na Oncologia

CAPITULO I:

Entendendo a Psicossomática


É sabido que a origem Psicológica sobre o Câncer está relacionada à mágoa.
Existem pessoas que vivem de forma sofrida e negativa guardando apenas raiva e rancor dentro de si, não aceitam ajuda de amigos ou entes queridos que estejam ao seu redor e não conseguem assimilar seus próprios problemas que tendem a crescerem com o decorrer do tempo até tornarem-se insuportáveis. Essas mesmas pessoas deixam passar oportunidades em suas vidas pelo motivo de não conseguirem enxergar nada além do que seu próprio sofrimento. É uma situação que cria um grande desgaste em todas as pessoas que querem ajudar, até mesmo por que em muitos casos é nítido para o externo o erro que essas pessoas estão fazendo consigo e a negação interna sendo usada como mecanismo de defesa para não encararem tal fato. Nesse caso classificamos esse processo como resistência. É a negação em lidar com os conflitos e com suas emoções. A pessoa que se encontra resistente vai começar a atrair só negativismo, pois é dessa forma que ela está e é dessa forma que a vida vai tratá-la. Caminhando mais um pouco por esse processo, no qual ela continua se afundando e não usando seus olhos e ouvidos para o positivo, por fim o corpo passa a falar e ela descobre que psicossomatizou um Câncer. Esse é o processo da Psicossomática. Ela surge no final quando a pessoa não conseguiu trabalhar suas questões, não conseguiu dar valor para si, não deu ouvidos para quem quis ajudá-la e acabou infelizmente passando para uma etapa mais séria. É importante quando a pessoa não está estruturada, procurar ajuda para que esse profissional a guie fazendo com que ela consiga entender o porquê de todos esses conflitos e a conecte com a realidade. Muitas vezes vai ser difícil e não vai adiantar muito. Mas se a pessoa estiver aberta no sentido de querer ajuda perante esse momento crítico de sua vida, ela vai conseguir captar e internalizar as palavras de conforto das pessoas. Seu inconsciente vai passar a agir fazendo com que ela entenda melhor o seu processo. Precisa-se de muita paciência, pois podem ocorrer alguns casos em que a pessoa tem consciência de seus conflitos internos, mas não tem a força para agir. Nesse caso deve-se ao mal que ela deixou penetrar em si e que tirou sua libido para ter atitude de lutar contra o problema.
A vida é feita de escolhas o tempo inteiro. Escolhas que podem ter conseqüências ou não. Momentos em que você perde de um lado, mas ganha do outro. Se a pessoa estiver fechada para seguir em frente e para o novo, ela vai enxergar apenas o lado sombra. O lado sombra é o nosso lado negativo e escuro, mas que pode tornar-se bom e positivo se for desenvolvido. Por exemplo, a criança é briguenta, teimosa e muitos pais a vêem como se fosse um lado ruim nela. Mas é um lado que pode ser bom e que está apenas sombreado, ou seja, está sendo utilizado de uma forma negativa no momento, mas pelo motivo da criança não ter consciência ainda. Futuramente pode ser transformado em algo bom como uma personalidade forte na pessoa ou uma insistência em sempre lutar e não desistir fácil. Mas isso ocorre se ela for trabalhando suas emoções no decorrer de seu desenvolvimento. Em caso contrário pode continuar birrenta e teimosa na vida adulta, atrasando os seus progressos ou o modo distorcido de lidar com as situações.
Hoje em dia é comum também observarmos pessoas que não vivem com o que tem ou com o que foi conquistado ao longo da vida e sim apenas com o que foi perdido e deixado para traz. Trabalham sempre na falta e no que poderia ter sido, não possuem um olhar de prosperidade e abundância. Chamamos isso de Crença Limitadora. É preciso tirar esse escudo de resistência ao novo. É necessário estarmos mais abertos para o que à natureza nos proporciona em oportunidades, pois é dessa forma positiva e inovadora que atrairemos sempre coisas boas em nossas vidas.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

LIMITES DA TOLERÂNCIA

Tudo tem limites, também a tolerância, pois nem tudo vale neste mundo. Os profetas de ontem e de hoje sacrificaram suas vidas porque ergueram sua voz e tiveram a coragem de dizer: "Não te é permitido fazer o que fazes...". Há situações em que a tolerância significa cumplicidade com o crime, omissão culposa, insensibildade ética ou comodismo. Não devemos ter tolerância com aqueles que têm poder de erradicar a vida humana do Planeta e de destruir grande parte da biosfera. Há que submetê-los a controles severos.

Não devemos ser tolerantes com aqueles que invadem a privacidade alheia usando meios ilicitos em nome de uma falsa dúvida.Não devemos ser tolerantes com aqueles que assassinam inocentes, abusam sexualmente de crianças, traficam órgãos humanos. Cabe aplicar-lhes duramente às leis. Não devemos ser tolerantes com aqueles que escravizam menores para produzir mais barato e lucrar no mercado mundial. Aplicar contra eles a legislação mundial. Não devemos ser tolerantes com terroristas que em nome de sua religião ou projeto político cometem crimes e matanças. Prendê-los e levá-los às barras dos tribunais. Não devemos ser tolerantes com aqueles que falsificam remédios que levam pessoas à morte ou instauram políticas de corrupção que delapidam os bens públicos. Contra estes devemos ser especialmente duros, pois ferem o bem comum. Não devemos ser tolerantes com as máfias das armas, das drogas e da prostituição que incluem seqüestros, torturas e eliminação física de pessoas. Há punições claras. Não devemos ser tolerantes com práticas que, em nome da cultura, cortam as mãos dos ladrões e submetem mulheres a mutilações genitais. Contra isso valem os direitos humanos. Nestes níveis não há que ser tolerante, mas decididamente firme, rigoroso e severo. Isso é virtude da justiça e não vício da intolerância. Se não formos assim, não teremos princípios e seremos cúmplices com o mal. A tolerância sem limites liquida com a tolerância, assim como a liberdade sem limites conduz à tirania do mais forte. Tanto a liberdade quanto a tolerância precisam, portanto, da proteção da lei. Senão, assistiremos a ditadura de uma única visão de mundo que nega todas as outras. O resultado é raiva e vontade de vingança, fermento do terrorismo. Onde estão então os limites da tolerância? No sofrimento, nos direitos humanos e nos direitos da natureza. Lá onde pessoas são desumanizadas, aí termina a tolerância. Ninguém tem o direito de impor sofrimento injusto ao outro. Os direitos ganharam sua expressão na Carta dos Direitos Humanos da ONU, assinada por todos os países. Todas as tradições devem se confrontar com aqueles preceitos. Se práticas implicarem violação daqueles enunciados, não podem se justificar. A Carta da Terra zela pelos direitos da natureza. Quem os violar perde legitimidade. Por fim, é possível ser tolerante com os intolerantes? A história comprovou que combater a intolerância com outra intolerância leva à aspiral da intolerância. A atitude pragmática busca estabelecer limites. Se a intolerância implicar crime e prejuízo manifesto a outros, vale o rigor da lei e a intolerância deve ser enquadrada. Fora deste constrangimento legal, vale a liberdade. Deve-se confrontar o intolerante com a realidade que todos compartilham como espaço vital. Deve-se levá-lo ao diálogo incansável e fazê-lo perceber as contradições de sua posição. O melhor caminho é a democracia sem fim, que se propõe incluir a todos e a respeitar um pacto social comum.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quem precisa de terapia?

As dores da alma deixaram há muito tempo de ser tratadas como frescura e, hoje, incomodam tanto as pessoas quanto qualquer sintoma físico. Inúmeras pesquisas que comprovam a influência das emoções na saúde também ajudaram a popularizar a figura do terapeuta. Resultado: o perfil de quem busca ajuda psicológica mudou e a psicoterapia parece ter virado moda.No dia-a-dia, é comum ouvir um colega de trabalho ou algum familiar - que não demonstra qualquer sinal de carências, dilemas ou traumas emocionais -dizer que está atrasado para a terapia. Aliás, a "mania" dessa geração que se acostumou a culpar o estresse por todos os fracassos invadiu até a área do entretenimento.
Isso mesmo. O canal de TV paga HBO, por exemplo, aposta na série Em Terapia, que apresenta um formato de programa inusitado: a cada dia da semana, o público "invade" o consultório do psicanalista Paul Weston, interpretado pelo ator Gabriel Byrne, e assistem de camarote às sessões, descobrindo as angústias e dúvidas de cada paciente.A série mostra que qualquer pessoa poderia estar naquele divã. Segunda-feira é a vez da anestesista Laura, que acaba se apaixonando por Paul; os 30 minutos da terça são destinados ao piloto Alex e os da quarta à ginasta Sophie; na quinta, o especialista recebe o casal Jake e Amy. Mas, o momento mais esperado é a sexta-feira quando Paul - isso mesmo, o próprio psicanalista - se submete aos conselhos da terapeuta Gina.Com tanta gente interessada em se descobrir e resolver seus fantasmas, talvez só reste uma grande dúvida existencial nos consultórios: será que todo mundo precisa de ajuda psicológica? Segundo a psicóloga Marina Vasconcellos, a terapia é válida para todos que pretendem se conhecer melhor. "E, claro, todas as pessoas buscam a terapia impulsionadas por alguma dificuldade, seja ela emocional, profissional ou de outra natureza", afirma.
Mas, afinal de contas, o que é terapia?O termo correto é psicoterapia e trata-se de um tratamento para doenças mentais ou psíquicas, sem o uso de medicamento, e para ajudar o paciente a resolver ou lidar melhor com seus conflitos emocionais. Esses dilemas, inclusive,podem vir a se manifestar fisicamente sob a forma de dores - são as chamadas doenças psicossomáticas.O psiquiatra entra em cena quando há uma doença psíquica em que a medicação vai poder ajudar, como em casos de depressão, pânico, transtorno obsessivo-compulsivo. "Mas é fundamental que o paciente faça psicoterapia também, porque o resultado é melhor", diz a psiquiatra Maíra Della Monica Machado, da Faculdade de Medicina do ABC.Há diferença entre psicólogo, psicanalista e psiquiatra?Se você pretende receber acompanhamento de um profissional que trate dos "males da alma", mas está em dúvida de qual especialista procurar, confira a especialidade de cada um deles:- psicólogo: ele tem a formação acadêmica em psicologia e optou pela área clínica para trabalhar como psicoterapeuta. Pode seguir diversas linhas teóricas, como a de Jung ou a de Freud.- psicanalista: é o psicólogo ou mesmo médico que se especializou na psicanálise, ou seja, na teoria criada por Freud. É também denominado apenas de analista.- psiquiatra: é a pessoa que se formou em Medicina e, posteriormente, fez especialização em psiquiatria. É o único que pode receitar remédios para doenças mentais e psíquicas, como depressão, pânico, esquizofrenia.
ServiçoMaíra Della Monica Machado - psiquiatrawww.fmabc.brMarina Vasconcellos - psicólogamarina.vasconcellos@neolatina.netSueli Castillo - psicólogawww.sueli.psc.br As dores da alma deixaram há muito tempo de ser tratadas como frescura e, hoje, incomodam tanto as pessoas quanto qualquer sintoma físico. Inúmeras pesquisas que comprovam a influência das emoções na saúde também ajudaram a popularizar a figura do terapeuta. Resultado: o perfil de quem busca ajuda psicológica mudou e a psicoterapia parece ter virado moda.No dia-a-dia, é comum ouvir um colega de trabalho ou algum familiar - que não demonstra qualquer sinal de carências, dilemas ou traumas emocionais -dizer que está atrasado para a terapia. Aliás, a "mania" dessa geração que se acostumou a culpar o estresse por todos os fracassos invadiu até a área do entretenimento.
Isso mesmo. O canal de TV paga HBO, por exemplo, aposta na série Em Terapia, que apresenta um formato de programa inusitado: a cada dia da semana, o público "invade" o consultório do psicanalista Paul Weston, interpretado pelo ator Gabriel Byrne, e assistem de camarote às sessões, descobrindo as angústias e dúvidas de cada paciente.A série mostra que qualquer pessoa poderia estar naquele divã. Segunda-feira é a vez da anestesista Laura, que acaba se apaixonando por Paul; os 30 minutos da terça são destinados ao piloto Alex e os da quarta à ginasta Sophie; na quinta, o especialista recebe o casal Jake e Amy. Mas, o momento mais esperado é a sexta-feira quando Paul - isso mesmo, o próprio psicanalista - se submete aos conselhos da terapeuta Gina.Com tanta gente interessada em se descobrir e resolver seus fantasmas, talvez só reste uma grande dúvida existencial nos consultórios: será que todo mundo precisa de ajuda psicológica? Segundo a psicóloga Marina Vasconcellos, a terapia é válida para todos que pretendem se conhecer melhor. "E, claro, todas as pessoas buscam a terapia impulsionadas por alguma dificuldade, seja ela emocional, profissional ou de outra natureza", afirma.
Mas, afinal de contas, o que é terapia?O termo correto é psicoterapia e trata-se de um tratamento para doenças mentais ou psíquicas, sem o uso de medicamento, e para ajudar o paciente a resolver ou lidar melhor com seus conflitos emocionais. Esses dilemas, inclusive,podem vir a se manifestar fisicamente sob a forma de dores - são as chamadas doenças psicossomáticas.O psiquiatra entra em cena quando há uma doença psíquica em que a medicação vai poder ajudar, como em casos de depressão, pânico, transtorno obsessivo-compulsivo. "Mas é fundamental que o paciente faça psicoterapia também, porque o resultado é melhor", diz a psiquiatra Maíra Della Monica Machado, da Faculdade de Medicina do ABC.Há diferença entre psicólogo, psicanalista e psiquiatra?Se você pretende receber acompanhamento de um profissional que trate dos "males da alma", mas está em dúvida de qual especialista procurar, confira a especialidade de cada um deles:- psicólogo: ele tem a formação acadêmica em psicologia e optou pela área clínica para trabalhar como psicoterapeuta. Pode seguir diversas linhas teóricas, como a de Jung ou a de Freud.- psicanalista: é o psicólogo ou mesmo médico que se especializou na psicanálise, ou seja, na teoria criada por Freud. É também denominado apenas de analista.- psiquiatra: é a pessoa que se formou em Medicina e, posteriormente, fez especialização em psiquiatria. É o único que pode receitar remédios para doenças mentais e psíquicas, como depressão, pânico, esquizofrenia.
ServiçoMaíra Della Monica Machado - psiquiatrawww.fmabc.brMarina Vasconcellos - psicólogamarina.vasconcellos@neolatina.netSueli Castillo - psicólogawww.sueli.psc.br

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

ESTETIVA VERSUS SAÚDE

Por Adriana Leocádio
www.portalsaude.org

Será que esses dois temas que escolhi estão de lados opostos? Peço um pouco de reflexão de todos ao responder essa pergunta.

Durante dois meses estudei esse tema em parceria com diferentes profissionais de psicologia, psiquiatria, cirurgiões plásticos, fisioterapeutas ,cabeleireiros, dentistas, oftalmologistas e empresários do segmento de beleza. E adivinhem a conclusão desse estudo: todas as categorias estão interligadas.

Engana-se aquele que pensa que uma cirurgia plástica para colocar ou tirar uma prótese de mama é por pura vaidade ou porque não dizer “futilidade”. Essa área está intrinsecamente ligada ao lado emocional de uma pessoa, assim como também como está ligado ao fator clinico que pode desencadear doenças como: depressão, fobia social, coluna vertebral entre outras.

Ter um cabelo bem cortado, pintado é só vaidade, pura falta do que fazer para muitos, contudo além do fator de higiene pessoal, isso pode terminar a felicidade de muitas pessoas. Se procurarmos compreender a área de saúde bucal, ai é que tudo fica mais complicado. Alguém já parou para pensar a fobia social que vive uma pessoa que não pode desfrutar da delicia de saborear um delicioso prato de comida junto aos seus amigos e familiares?

Quantas doenças podem ser preventivas através de sessões de repociosamento postura, massagens, acupuntura... se formos apurar os números é algo impressionante.

Eu sofro com a miopia há 30 anos e hoje uma das coisas que mais me incomoda é ter que usar óculos até para tomar banho, pois mesmo com o advento cientifico da cirurgia a laser para correção, o custo da mesma se torna inveval para maioria das pessoas e os planos de saúde querem impor um limite mínimo de graduação da doença para custear as devidas despesas, pode? No meu caso, se for menos de 7 graus é considerado “estética”.

É justamente para quebrar essas barreiras e acima de tudo esses “paradigmas” que assumi a presidência da Ong Portal Saúde. Quero justamente com a população e o apoio dos médicos, setor privado possibilitar o maior número de acesso a tratamento para todos que precisam de apoio na “estética para ter saúde”.

Contem conosco.

sábado, 20 de setembro de 2008

MECANISMOS QUE DEFLAGRAM A ENXAQUECA

Biólogos finalmente começam a desvendar os mistérios da enxaqueca, do prenúncio à dor
por David W. Dodick e J. Jay Gargus
Para mais de 300 milhões de pessoas que sofrem de enxaqueca, a dor lancinante característica dessa cefaléia debilitante dispensa descrição. Para os que não sofrem com ela a comparação análoga mais próxima talvez seja o mal-estar severo provocado pela altitude: náusea, fotossensibilidade extrema, e uma cefaléia insuportável. “O fato de não se morrer de enxaqueca, para aquele que experimenta o auge de sua crise, soa como um bênção ambígua”, escreveu Joan Didion, em 1979, no conto In bed (Na cama), de sua coletânea The white album.Registros históricos indicam que essa doença está entre nós há pelo menos 7 mil anos e continua uma das mais incompreendidas, menos reconhecidas e mais inadequadamente tratadas condições médicas. De fato, muitos não buscam tratamento para pôr fim à sua agonia, certos de que os médicos não podem fazer muita coisa ou que se mostrarão céticos e hostis. Didion escreveu In bed há quase 3 décadas, mas alguns médicos continuam tão insensíveis hoje quanto à época, ou seja: “Se não tenho um tumor cerebral, nem cansaço ocular, nem hipertensão, então, está tudo bem comigo: eu simplesmente sofro de enxaqueca e cefaléia; e enxaqueca e cefaléia, como todos sabem, são imaginárias”.A enxaqueca, finalmente, começa a receber a atenção que merece. E parte dessa atenção é resultado de estudos epidemiológicos que revelaram o quanto essas cefaléias são incapacitantes: um relatório da Organização Mundial da Saúde descreveu a enxaqueca como uma das quatro doenças crônicas mais comprometedoras. E uma outra preocupação se deve ao reconhecimento de que essas cefaléias e suas conseqüências custam à economia americana, por exemplo, US$ 17 bilhões por ano, para cobrir faltas no trabalho e despesas médicas.Grande parte do crescente interesse é resultado das novas descobertas genéticas, do imageamento do cérebro e da biologia molecular. Embora de natureza bem distinta, essas descobertas parecem convergir e reforçam umas as outras, trazendo esperanças aos pesquisadores de poder determinar a fundo as causas da enxaqueca e desenvolver terapias avançadas para preveni-la ou conter o seu ataque.
A Ascensão de VaporesToda explicação plausível para a enxaqueca deve considerar uma ampla e variada gama de sintomas. A freqüência, duração, experiência e catalisadores dos episódios diferem enormemente. As vítimas têm, em média, um ou dois dias inteiros de crise por mês. Contudo, 10% têm crises semanais; para 20%, elas duram de 2 a 3 dias; e cerca de 14% são acometidos por mais de 15 dias ao mês.Em geral, a dor ataca apenas um lado do cérebro, mas nem sempre. As enxaquecas em pessoas predispostas podem ser desencadeadas por uma variedade de motivos que parecem não passar despercebidos – álcool, desidratação, esforço físico, menstruação, estresse emocional, mudanças climáticas, alergias, falta de sono, fome, altitude e iluminação fluorescente foram todos citados como motivadores. As enxaquecas acometem ambos os sexos e todas as faixas etárias, embora dois terços dos casos se concentrem entre mulheres na faixa dos 15 aos 55 anos.Ao longo do tempo, os médicos têm proposto muitas razões para o aparecimento dessas cefaléias. Galeno, na Grécia Antiga atribuiu o mal à ascensão de vapores ou humores – líquidos – do fígado para a cabeça. A descrição de Galeno da hemicrania – cefaléia unilateral que abrange quase metade da cabeça – é na verdade a que nos referimos como sendo a enxaqueca hoje: o termo grego “hemikrania” transformou-se em “migran” e, posteriormente,“migrânea” ou “enxaqueca”.No século 17, o fluxo sangüíneo substituiu os humores como culpado e essa hipótese vascular continuou em vigor, com raras exceções, até a década de 80. A idéia aceita, baseada nas observações e inferências de diversos médicos, incluindo Harold G. Wolff do New York-Presbyterian Hospital, era de que a dor da enxaqueca vinha da dilatação e distensão das artérias cerebrais, responsáveis pela ativação dos neurônios sinalizadores da dor. Wolff acreditava que a cefaléia era precedida por uma queda no fluxo sangüíneo provocada pela constrição desses mesmos vasos.
Os exames de imagem da atividade cerebral mudaram o entendimento das alterações vasculares. Descobriu-se que em muitos a dor é precedida não pela diminuição do fluxo sangüíneo, mas pelo seu aumento – cerca de 300% a mais. Durante a crise de cefaléia, porém, o fluxo sangüíneo não é aumentado; na verdade, a circulação é aparentemente normal ou até reduzida. E não só a compreensão específica do fluxo sangüíneo mudou como também o panorama da causa da enxaqueca. Agora, acredita-se que a enxaqueca resulte de um distúrbio do sistema nervoso – e provavelmente de sua região mais primitiva, o tronco cerebral.Essa nova abordagem surgiu principalmente da análise de dois aspectos da enxaqueca: o prenúncio, que antecede a dor em 30% dos pacientes e a própria cefaléia. O termo “prenúncio” vem sendo usado por quase 2 mil anos para descrever alucinações sensoriais que antecedem alguns surtos epiléticos; há coisa de 100 anos ele vem sendo usado para descrever o início de muitas enxaquecas. A epilepsia pode ocorrer em pessoas com enxaqueca, e vice-versa; os motivos estão sendo pesquisados. A forma mais comum de prenúncio é a ilusão visual de estrelas brilhantes, centelhas, espocares luminosos, raios ou padrões geométricos, sempre seguidos por pontos escuros no mesmo formato que as imagens brilhantes originais. Para alguns, o prenúncio inclui sensação de formigamento ou fraqueza, ou ambas, em um lado do corpo; ou ainda o comprometimento da fala. Em geral, o prenúncio precede a cefaléia, mas ele pode iniciar depois de a dor começar, e persistir. O prenúncio parece derivar de uma depressão cortical – um tipo de “brainstorm” antecipado como a causa da enxaqueca, nos registros de século 19, do médico Edward Lieving. E embora o biólogo brasileiro Aristides Leão (1914-1993) tenha relatado o fenômeno pela primeira vez em animais, em 1944, só há pouco ele foi relacionado em testes, à enxaqueca.Em termos mais técnicos, a depressão alastrante cortical é uma onda de intensa atividade nervosa celular que se espalha por um amplo segmento do córtex – a camada externa do cérebro –, em especial na região que controla a visão. Essa fase de hiperexcitamento é seguida por uma onda de inibição neuronal disseminada e relativamente prolongada. Durante a fase inibidora, os neurônios ficam em estado de “suspensão animada”, em que não podem ser excitados. A atividade neuronal é controlada por um fluxo de íons de sódio, potássio e cálcio cuidadosamente sincronizados, ao longo da membrana das células nervosas através de canais e bombas. As bombas mantêm as células em repouso com altos níveis de potássio e pobres em sódio e cálcio. Um neurônio “dispara”, liberando neurotransmissores, quando o fluxo retornável de sódio e cálcio através dos canais abertos despolariza a membrana – isto é, quando o interior da célula se torna positivo com relação ao exterior.
Geralmente, as células se hiperpolarizam rapidamente: elas se tornam altamente negativas no interior em relação ao exterior permitindo a liberação do potássio. A hiperpolarização fecha os canais de sódio e de cálcio e retorna os neurônios a seu estado de repouso, logo após disparar. Mas os neurônios podem permanecer excessivamente hiperpolarizados, ou inibidos, por um longo tempo após intensa estimulação.As fases de hiperexcitabilidade seguidas pela inibição que caracterizam a depressão cortical podem justificar as alterações no fluxo sangüíneo registradas antes que a dor da enxaqueca tivesse se iniciado. Quando os neurônios estão ativos e disparando, despendem muita energia e, portanto, sangue – exatamente o que se encontra em escaneamentos cerebrais de pacientes experimentando o prenúncio. Mas, a seguir, durante a inibição, os neurônios silenciosos precisam de sangue. Várias outras observações reforçam a idéia de que a depressão cortical embasa o prenúncio. Quando registrado por técnicas de imagem avançadas, o momento da despolarização coincide perfeitamente com as descrições do prenúncio.As ondas elétricas viajam através do córtex a uma velocidade de dois a três milímetros por minuto, e as ilusões visuais que acompanham o prenúncio são exatamente as que surgiram da ativação que se espalhou pelos campos corticais àquela velocidade. O conjunto de sensações que o prenúncio pode englobar – efeitos visuais, sensoriais e motores – sugere que as áreas correspondentes do córtex são afetadas na seqüência, conforme a “tempestade” as cruza. Os pontos escuros que os pacientes experimentam depois das alucinações brilhantes são consistentes com a inibição neuronal nas regiões do córtex visual que acabara de experimentar a hiperexcitabilidade.Pesquisas genéticas começam a explicar por que a depressão alastrante cortical ocorre em alguns pacientes. Quase toda enxaqueca é considerada um distúrbio poligenético complexo comum – na mesma categoria do diabetes, do câncer, do autismo, da hipertensão e outros. E essas doenças são hereditárias. Gêmeos idênticos são mais inclinados a compartilhar da enxaqueca que gêmeos fraternos, sugerindo forte componente genético. Mas a doença obviamente não é provocada por uma única mutação genética simples; e sim, um indivíduo parece se tornar suscetível ao herdar mutações em diversos genes, cada uma provavelmente contribuindo um pouco. Também há implicação de componentes não genéticos, pois mesmo gêmeos idênticos são “discordantes” quanto ao distúrbio: às vezes, um dos gêmeos sofre de enxaqueca, e o outro não.
Pesquisadores não sabem precisar que genes aumentam a suscetibilidade à enxaqueca e seu prenúncio entre a população em geral, mas estudos com pessoas acometidas com uma forma rara da doença, chamada enxaqueca hemiplégica familiar, sugerem que falhas em bombas e canais iônicos neuronais provocam o prenúncio e a dor nesses pacientes. Três genes carregam mutações que são individualmente potentes o bastante para provocar a doença – e todos os três codificam bombas e canais iônicos neuronais. Além disso, os genes são alterados por mutações que aumentam a excitabilidade das células nervosas, supostamente alterando as propriedades de bombas e canais iônicos codificados. Essas descobertas reforçam a idéia de que a enxaqueca poderia ser uma canalopatia, um novo tipo de doença reconhecido recentemente, decorrente de distúrbios nos sistemas de transporte de íons – uma causa conhecida de doenças como a arritmia cardíaca e convulsões.Não está claro se o mau funcionamento das bombas e canais iônicos são os únicos meios pelos quais se pode produzir o prenúncio. Assim como não se sabe se as formas comuns de enxaqueca envolvem perturbações nos três genes implicados na enxaqueca hemiplégica familiar. Ainda assim, a abordagem genética é muito estimulante pois indica uma relação entre a depressão alastrante cortical e problemas com o canal iônico, que pode ser fundamental para o desenvolvimento de novos medicamentos.