Por Dr. Fernando Pontes Andrade
A lipoaspiração é a técnica empregada para e retirada de gordura localizada de uma parte do corpo (abdome, coxas, braços, pescoço). A gordura poderá ser reinserida em outras áreas do organismo (nádegas, sulcos, depressões). Quando isso acontece a cirurgia recebe o nome de lipoescultura ou lipoplastia.A lipoaspiração foi inventada por um franco-argelino, Yves-Gerárd Illouz em junho de 1977. Devido ao descrédito inicial, somente virou rotina dez anos depois, quando o método foi aperfeiçoado. Hoje é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no mundo e a mais realizada no Brasil. Entretanto, a popularização e banalização da lipoaspiração não trouxeram somente benefícios. O procedimento realizado indiscriminadamente, muitas vezes por médicos não cirurgiões plásticos e em consultórios, seqüelou, matou e ainda mata muitas pessoas. A lipoaspiração é uma cirurgia, na maioria das vezes de grande porte, merecendo todos os cuidados dispensados a qualquer cirurgia. Então lugar de fazer lipo é no centro cirúrgico (de hospital ou clínica especializada), com anestesista e cirurgião plástico, conforme resolução nº 1.711/03 do Conselho Federal de Medicina. O único motivo para não atender a esse princípio básico é a redução de custos em detrimento da segurança. Isso é inadmissível! Muitas pacientes argumentam que viram em matérias da TV ou em revistas que celebridades fizeram uma “mini-lipo” e que ficaram ótimas. Isso é um mito. Eu argumento que: as matérias foram compradas, as celebridades foram pagas e que “mini-lipo” simplesmente não existe; é apenas um termo criado para vender a idéia de que o procedimento é simples, rápido, indolor e milagroso. Por exemplo: a Sheila Carvalho, na época, foi selecionada entre 2000 candidatas! Então ela já tinha o corpo “ótimo”. Dessa forma, qualquer procedimento que se realizasse nela ficaria bom! Não se deixem iludir por esse tipo de propaganda.
Outro mito é o de que anestesia local é mais segura que a peridural (anestesia da gestante “nas costas”). A verdade é que se a área corporal, ou volume, a ser lipoaspirado for grande, a quantidade de anestésico local ultrapassará em muito a quantidade de anestésico que o anestesista utilizará na peridural. O excesso de anestésico é tóxico podendo levar a parada cardíaca. Mesmo dando tudo certo o desconforto para a paciente será grande. Uma verdade é que a anestesia geral é mais segura que a peridural, mas uma vez cessada a anestesia geral a paciente sente mais dor que na peridural.
Hidrolipo, vibrolipo e etc., são apenas variantes técnicas para o procedimento de lipoaspiração. Não existe nenhum estudo clínico sério que prove que uma técnica é superior a outra. O dia que houver essa técnica passará a ser o padrão.
Um mito bastante comum é de que a lipoaspiração é para emagrecer. O que emagrece é regime. Lipoaspiração é uma técnica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para fins de melhorar o contorno corporal retirando-se apenas gordura localizada. O CFM definiu os limites seguros para a retirada de gordura em 7% do peso ou 40% de superfície corporal. Por exemplo: em uma paciente de 60 kg pode-se retirar o volume teórico máximo de 4,2 litros de gordura.
Em relação ao pós-operatório: a paciente recebe alta no dia seguinte à cirurgia; usa uma cinta cirúrgica por 30 dias; drenagem linfática com sete dias; retorno às atividades em duas ou três semanas. O Dr. Toledo, no seu livro Lipoplastia, recomenda caminhadas de 2 a 3 Km no terceiro dia.
A complicação mais temida da lipoaspiração é o tromboembolismo pulmonar (coágulo nas veias do pulmão) que pode levar a morte, isso não é um mito! Outra complicação importante é a infecção. Esta poderá ser por bactérias comuns ou por micobactérias, como no caso da epidemia no Espírito Santo. Aqui no Distrito Federal não existe nenhum caso descrito com a lipoaspiração.
Dr. Fernando Pontes Andrade, cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
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